Aula de D.
Gabriel – Quarta Feira de Cinzas -
07/março 1979
Na
quarta-feira de cinzas (a quarta-feira anterior foi 4ª feira de cinzas), o que
vale é a imposição do sacerdote. Devemos receber as cinzas para dar testemunho
de que participamos – mostrar aos jovens que há outro divertimento – que a
alegria deles está errada. Devemos dar o testemunho de que um cristão pode
participar da alegria do filho de Deus, fermentar os ambientes, levar criaturas
para Deus, ficar no mundo sem ser do mundo.
A
Caridade corrige, desculpa, anima. A Caridade é a garantia de que estamos
certos.
Proclamar
ao outro a mentira em que vivem. Assumir Cristo para viver d’Ele – corrigir as
falsidades em nós porque não somos infalíveis – corrigir-me e assumir a
realidade de filhos de Deus.
É
a verdade de um pai que diz o filho que ele está errado – é a verdade
carinhosa.
Somos
chamados a dar testemunho de Cristo, que é a verdade para a qual devemos viver.
A
verdade é que nos unindo a Cristo é que nos libertaremos – não adianta querer
contentar o mundo.
Deus
está sempre presente
1)
Cristo reside na minha alma – minha alma tem uma vida própria e não pode
depender dos sentidos – ela mesma pode elaborar sua vida espiritual – devemos
ter, no sofrimento, uma alma tranquila. A alma não pode ficar dependente do
corpo ou das intempéries do tempo. A alma sofre as limitações do físico, mas,
aí vou enriquecendo o meu espírito.
2)
Toda relação com Deus, em Cristo, se verifica no espírito e não no corpo, mas
através do corpo. É no espírito que se faz a intimidade entre mim e Deus. A
palavra se projeta no meu espírito: “Eu amo Deus” – é a circulação de amor no
meu espírito.
Estou
em estado de graça porque estou com Deus. Toda vida eterna localiza-se no
espírito. Lá falo com Ele, me comunico com Ele. Basta pensar, não precisa
falar. Dialogo com Deus onde eu quiser. A intimidade se faz no segredo do
coração. Acostumar-se com essa intimidade faz o segredo das coisas.
3)
Ninguém está sabendo o que se passa na minha alma. O que pensa meu espírito? Somos
livres, não precisamos dar satisfação a ninguém. Nem de longe suspeitam, nem
por um processo psicológico podem saber o que se passa no meu espírito. Ninguém
pode enganar o seu olhar, não posso esconder meu olhar, mas meu pensamento é
outra coisa.
Sou
livre, na vida espiritual, para fazer tudo o que eu quiser, sem me preocupar
com o que os outros pensem de mim. Meu diálogo com Deus é só meu, sem a
preocupação de que o outro pense que eu estou falando com Deus.
4)
A vida própria do espírito é a vida de Deus. A alma é que dá vida ao corpo. A
Verdade e o Amor são a vida da alma. Trago em mim a fonte da vida que é Deus.
† Gabriel Bueno Couto, O. C. - Bispo de Jundiaí
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