Não se pergunta
mais qual é o ideal do homem! Então o homem faz esta pergunta a si mesmo, aos
outros... Ele considera como resposta: o ideal é o que você quer, o que você gosta.
Então, o médico
equivaleu à vocação. Tem vocação para médico e vai ser médico! Tem vocação para
ser professor, vai ser professor! Isto foi a dinâmica habitual da nossa vida.
Mas a preocupação
do ser humano é muito mais profunda. Ele tem que buscar lá a resposta, os
anseios que ele tem que resolver.
Então, não é o
ser médico, ser sacerdote, ser bispo, ser professor, que responde. Está claro!
Reconheço a profissão de médico; sei quais são os meus anseios, não é
equivalente.
Se o ideal é
responder aos meus anseios ser médico é uma coisa boa, mas nunca será o ideal. Ser
professor é uma coisa boa, mas, nunca será o ideal, Ser sacerdote é ser super,
mas nunca será o ideal, porque nenhuma destas profissões responde integralmente
– não por culpa dos anseios – mas por condição da própria profissão que não tem
dentro de si a capacidade ou recursos suficientes para me realizar
integralmente os meus anseios.
Então, o homem
que viveu nesta condição ele substituiu o ideal, ele pensou que era o ideal
porque era sua vocação, mas não é, ele viu que não era e nunca percebeu a razão
porque, apesar de ter vivido vinte anos, estudado trinta anos para médico, depois de dez anos ele resolveu fechar o
consultório porque não o estava satisfazendo mais. Então ele passou a ficar
fazendeiro; vendeu, comprou uma granja e está vendendo frangos agora?
Apesar de ser um
médio respeitabilíssimo, competente, que atendia realmente com eficiência; mas
esgotou a sua capacidade de satisfação na medicina, fechou o consultório e foi
criar galinha. Era o ideal dele, ele quer a satisfação, e que aconteceu? Toda
aquela turma de clientes ficaram na rua.
Ele abandonou uma profissão o anseio de completar-se aproveitando uma
outra inclinação sua e o mundo caiu naquele atendimento que ele dava como
verdadeiro médico.
Outros abandonam
e vão ficar ganhando dinheiro? A medicina ou a engenharia, não é mais para
exercício de uma profissão, mas, um ganha pão; então fizeram daquilo que antes
era a vocação deles um meio de ganhar o pão e de acumular dinheiro. Por quê?
Porque pelo condicionamento próprio da coisa, ela não responde integralmente.
Então, como o
indivíduo tem energia superando, ele tem direito de empregar essas energias, responder
e vai procurar outras coisas.
Portanto, não é
na linha horizontal, por assim dizer, do homem das suas experiências, que ele
vai poder responder esta pergunta: Qual é o meu ideal?
Temos que
recorrer a Deus que tem a receita do homem, porque é Ele que o criou. Esse Deus
me responde:
O seu ideal é ser
meu filho! Ser filho meu é o ideal do homem!
Para isto é que o
fiz o homem!
A razão dele sair do nada para começar a existir, é
porque Eu quero uma criatura no mundo que seja Meu filho. E como Meu filho tem
que ser digno de mim e tal Pai! Eu vou fazê-lo imortal, vou fazê-lo paz, vou
fazê-lo verdade, vou fazê-lo amor!
Porque Eu sou
imortalidade, paz, verdade, amor!
Deus que é largo
em seus benefícios e que não tem limites, despejou logo toda sua riqueza para
eu poder ser imortal, possuir a paz, possuir a verdade, possuir o amor em todas
as suas dimensões: em relação a Deus, ao outro, a si, e ao mundo.
Este é ideal: ser filho de Deus!
E ser filho de
Deus é todo esse conjunto de forças físicas, psíquicas, intelectuais e morais,
todas elas fortíssimas, fortalecidas por bens superiores, que faz o homem olhar
Deus, sentir Deus, conhecer Deus e amar Deus. A mesma situação com o outro,
consigo e com o universo.
Isto é ser homem;
atendam o que estou dizendo isso: ser
homem é ser filho.
Eu não estou
dizendo que ser homem é uma coisa e... Depois virá outra. Não! É a definição do
homem na mente de Deus ser homem. De maneira que, se o homem não for filho de
Deus, Deus não o reconhece como homem. É alguém, mas não é o homem como Deus
quer. Percebem? È diferente! Eu posso ter sapato nos pés posso ter peruca na
cabeça tiro a peruca tiro o sapato sou homem do mesmo jeito?
Agora, se eu acabar com meu corpo, acabar com
minha alma não sou mais homem porque o homem é alma e corpo. Percebem? Se eu
tirar a realidade do filho de Deus do homem, sai o homem junto. Não mato, mas
Deus olha e diz: ‘onde está o meu filho?’ Não encontra mais.
† Dom
Gabriel Paulino Bueno Couto, O.C - Servo de Deus