Este
é o mistério que vocês já começaram a viver desde quando?
Desde
o batismo!
Será
que vocês pensaram isto?
Então,
é uma pergunta que eu faço para vocês responderem:
Será
que até hoje, nós, realmente consideramos o Cristo como ‘minha Vida’ – que vive
em mim, que me dá possibilidade de ser filho de Deus, por estar em mim; por
transmitir o seu pensamento fazendo com que pense como Ele pensa, que eu ouça
como Ele ouve, que eu ame como Ele ama; que eu ande como Ele anda: como filho
de Deus.É Ele em mim!
Ou
até agora a minha relação com Cristo, eu imaginei como meu modelo, como meu
mestre e, ficou nisso?
Por
isso que não tive entusiasmo e que fracassei; porque não tenho força; eu leio o
Evangelho hoje e amanhã esqueço; mas se eu perceber que o Cristo vive em mim
pelo Batismo, não será minha virtude, mas que eu sou filho de Deus porque estou
inserido n’Ele - aí eu vou longe!!!
Na oração eu vivo a minha intimidade
com o Pai – com Ele! Ele vive em mim a sua intimidade com o Pai? Eu amo o meu
irmão com o amor do Cristo que vive em mim? Eu me santifico com a santidade do
Cristo que vive em mim? Eu vou dominar o mundo com a força do Cristo que vive
em mim.
Esta é a palavra de São Paulo: “Eu
vivo, mas não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Isto qualquer cristão
tem que dizer isto, mas é que nós vivemos fora da nossa realidade. Todo movimento de conversão é olhar dentro e
ver o Cristo minha Vida.
Vocês perceberam um pouco, depois de
um T.L.C. Mas, aí, houve também uma preocupação de esquecer, de começar a
imitar Cristo, a ler o Evangelho passando de novo a viver na periferia.
Quando todo nosso trabalho seria
aumentá-Lo mais, tomar mais consciência de que Ele é a minha vida – por
identificação de vida – Ele me unindo a mim e eu a Ele, aumentar a capacidade
de ser filho de Deus. Percebem? Por isso, que Cristo disse:
“Quem
crer em Mim, vai jorrar a fonte de água viva, desprezem a fonte da água viva”.
O
sacramento é tudo para aumentar a relação vital com Cristo. Este é o momento
importante da nossa vida, quando a gente, de um jeito ou de outro, descobre que
Cristo não é só meu Modelo, não é só meu Mestre, mas é, só minha Vida; e é, por
ser a minha Vida que eu tenho força para imitar sua virtude até morrer pelos
meus inimigos. E por ser Ele a minha Vida, hoje, eu sou capaz de observar Seus
Mandamentos ainda que me estrangulem.
Entender a sua Palavra porque ele
vive em mim, me abre a inteligência para ouvir o que Ele quer de mim. É só
n’Ele, vitalmente unido, que eu me realizo, dia e noite, como autêntico filho
de Deus.
O estado de graça, gente, é aquela
irradiação do Cristo vivendo em mim.
Fechem
essa vidraça, pintem de várias cores e deixem o sol iluminar por fora. Vocês
verão o que? Um mundo de cores de maravilhosas, cores que provocadas pela tinta
na vidraça, e a luminosidade do sol.
Estado
de graça é isto: Cristo em mim, e eu irradiando a Sua vida em mim, estado de
graça.
Estado
de pecado: eu coloco entre o sol e a vidraça uma cortina e desaparece a cor. O
sol continua, irradiando, mas eu não transmito mais a luz.
O
pecado é isso: eu coloquei entre o Cristo, que continua em mim, a minha vontade
rebelde. Então, perdi! A minha alma se escurece, a minha vida não tem mais a
luminosidade do filho de Deus; me arrependo e confesso reaparece o estado, a
luz e irradia. Percebem? Isso é fenomenal!
É
o único, único caso, a única realidade em que alguém vive do outro nessa
intimidade de vida e não de modelo e nem de magistério. E cada um de vocês
estão nessa relação com o Filho Deus. Então, gozem, gostem, pensem, alegrem-se;
quando estiverem conversando um pouquinho no Tabernáculo, falem dEle como Vida
de vocês; não só como Mestre que é, super, não só como Modelo que é, super, mas
como Vida.
† Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, O.C - Servo de Deus