Vocês conhecem aquela cena da mulher adúltera?
Uma mulher foi descoberta em adultério, e os
fariseus, daquele tempo, zelosos dos dez mandamentos, carregaram a pobre
criatura e foram colocar diante de Cristo - na sua malícia - e disseram:
“Mestre: esta dona aqui foi apanhada em adultério, o
que o Senhor acha?
A nossa lei Moisés manda que ela seja apedrejada é o
castigo do adultério, e você o é que diz?”
Malícia deles!
Se o Cristo dissesse: “deixa a mulher a apedrejem!”
Este homem que anda dizendo que é bom e agora manda
matar uma pobre coitada, acabou com o prestígio do Cristo.
Se Ele dissesse: “Soltem!”
Este homem que diz que veio observar a lei está
rompendo com a lei de Moisés. Acusariam Cristo de infidelidade da lei.
Cristo sabe com quem está falando.
Ele agachou-se e, diz o Evangelho, começou a
escrever no chão.
Que ninguém vá perguntar o que será que Ele estava
escrevendo.
Ele estava fazendo como a gente faz quando está
esperando uma resposta; pega um lápis e fica fazendo um risquinho para deixar
tempo.
Ele estava lá com o dedo no chão esperando uma
resposta.
De repente Ele diz:
“Quem de vós estiver sem pecado que atire a primeira
pedra”.
E ficou esperando a resposta.
Passou um, passou dois, três minutos, depois, Ele
não disse nada.
E a turma lá começou a dar o fora.
O Evangelho diz que começou pelos mais velhos.
Malícia do evangelista.
O mais velho estava com a consciência bem vamos dar
o fora, ‘o negócio não é comigo’, saiu um, saiu outro, saiu o terceiro, o
quarto, e a praça ficou vazia.
Cristo, depois olhou e disse:
“Mulher, onde estão aqueles que condenavam?
Ninguém te condenou?
Não!
Eu também não te condeno!
Vai, e não peques mais!”
Este amor, a sua santidade dava essa convicção Nele.
E, ao mesmo tempo, fazia um com o outro.
Reconciliava os pecadores.
Este é o Filho de Deus.
Era o dono da morte; mandou a morte deixar Lázaro, e
Lázaro ressuscitou.
É o Filho de Deus na plena posse das forças da
natureza.
E o homem, filho de Deus, criado por Deus, devia ser
a mesma coisa, dominando a natureza.
Nós temos o Cristo, em si, Filho de Deus, Homem
perfeito.
Homem que atingiu e realizou o ideal do homem.
Entendem bem isto; porque é um defeito muito grande
nosso pensar no Cristo lá como estrela no fundo do firmamento.
Não! Ele é um homem como nós, e é o verdadeiro
homem, porque Ele é o homem perfeito.
E nos continuaremos a ser falsos porque não
respondemos – por nossa conta – a este ideal.
Ele
é o Homem perfeito.
Imaginemos que só Ele tivesse existido e que todos
nós afundássemos no barranco, no abismo. Deus teria realizado seu plano.
Porque no mundo existe um homem, o único Filho de
Deus, que é o Cristo e que basta para Pai para dar toda a honra e glória a seu
Filho.
Mas Cristo não veio para isto só. Ele veio para
mostrar que existe o Filho de Deus, Homem, e para eu tornar-me homem.
Que o Pai mandou o Filho para, no Filho, nós nos
tornarmos homem.
E o ideal humano – homem – se concretiza Nele.
Dizer que, o ideal do homem é ser filho de Deus, é
dizer a mesma coisa que: encontrar o Cristo e viver dEle.
Este
é o ideal.
† Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, O.C - Servo de Deus